Promessas

 

Eu me fiz uma promessa
De nunca mais esquecer
Este amor que a mim confessa
A vontade de viver

Que me toma por inteiro
Que refaz a minha vida
Que me faz ser o primeiro
Nesta doida investida

E de mim ela não sai
Nem a força retirada
Parece até bonsai
Que precisa ser cuidada

E faço questão de manter
Sempre viva esta chama
É o mínimo que posso fazer
Com aquela que se ama

E a promessa refaço
Tantas vezes for preciso
Depois de ter dado o passo
Que me mostrou o paraíso.

Sem Pensar

Eu não merecia
Me ter feito tanto mal
Ter rasgado a fantasia
Sem pensar em um final

Pago meu pecado
Em ter deixado no tempo
Um amor idolatrado
Que se foi por um momento

E o mal não foi só a mim
Sem querer distribuí
Destrui mesmo assim
O amor que acolhi

Por que não pensei?
Por que me deixei levar?
A única coisa que sei
Que agora só resta chorar

Queria poder te ouvir
Escutar reclamações
Olhar você e sorrir
E juntar os corações.

10/02/20

 

  Abismo

 

Meus sonhos não envelhecem
No máximo dobram a esquina
Eles nunca adoecem
Parecem uma menina

São alegres e felizes
Só trazem o muito bem
Vem carregados de matizes
Me encantam como ninguém

Meu sonho tem um nome
E também uma imagem
Que da mente não some
E nem entra em estiagem

São o que me prendem
A um lado do passado
São eles que dividem
Coração e mente separados

Estes sonhos não pertencem
Só a mim por egoísmo
Eles não envelhecem
E me jogam neste abismo.

 

 

Delírios

No maior dos meus delírios
No mais louco devaneio
Resolvi compor idílio
Me levar no meu passeio

Inventei uma paixão
Que tamanho já não tinha
Eu peguei em sua mão
E a fiz minha rainha

Fomos para um castelo
De sonhos e fantasias
Era um tempo todo belo
O ruim não existia

E em meio a ilusão
Nosso mundo se mudou
Nós não tínhamos mais visão
De um tempo que passou

Como é bom no céu morar
Se sentir o próprio anjo
Com a alma a flutuar
Neste sonho que arranjo.

Em mil anos

Nem em mil anos
Eu encontrarei
Um amor com tantos planos
Como os que eu inventei

Era feito de loucuras
Sempre a dois divididas
Eram tantas as ternuras
Que não tinha uma partida

Erámos só nós
A brigar com o tempo
Não queríamos mais a voz
Que só fala em lamento

Eram tantas cicatrizes
Que trazíamos escondidas
Que viraram até raizes
Em nosso modo de vida

Um dia nosso amor se fez
E só queríamos sumir
Acabar de vez
Com a vontade de partir

Foram tantos sonhos loucos
Tanta coisa camuflada
Que não era nem um pouco
O caminho nesta estrada

A queda foi grande
Quando as asas foram cortadas
Não podia seguir adiante
Esta vida desejada

Queria poder viver
Mil anos novamente
Para poder te ter
Não só aqui na minha mente.

 

 

 Que Venha

 

Era tanto vozerio
Era tanta confusão
Um tremendo desafio
Arrumar a situação

Cada um  no seu jeito
Cada um com sua vontade
Um mundo com defeito
Coberto de vaidade

Achavam que era tarde
Achavam que "já não deu"
Tanta maldade que parte
Da mão de quem cresceu

Então surge um Ser
Então vem a Salvação
Era tanto o Seu poder
Que formou a união

A inveja foi maior
A inveja o condenou
E o mundo que era melhor
Em novo caos se deixou

Tomara que Ele venha
A estar entre vós
O que a Sua mão desenha
Desata todos os nós.

 

Desapegando

É bom estar
Com o coração leve
Mesmo que só vá durar
Por um momento breve

Não levar as consequências
De escolhas mal feitas
Não criar as evidências
Que terão de ser desfeitas

Andar de cabeça erguida
Saber o que é orgulho
Esquecer o que é uma partida
Ou só mais um mergulho

Um coração bem  leve
Pode até voar
Pode cair até neve
Ele vai te esquentar

Procuro levar assim
Sem nenhum tipo de culpa
Se não machucar a mim
Não tenho de pedir desculpa.

 

 Tenho

Tenho sonhos e desejos
Espalhados pelo vento
Uns são só gracejos
Os outros viram mil lamentos

Escolhendo o que posso
E levando o que carrego
Se puder eu me aposso
De quase tudo, não nego

A mim eles dão asas
Que me fazer voar mais
E quando tudo passa
Eu fico correndo atrás

Os meu sonhos mais malucos
Foram vindos na solidão
Parecia até um suco
Do espremido coração

Eles parecem não ter sentido
Mas para mim todos tem
São de um tempo perdido
Lembranças que  se mantém.

 

Não queira

 

Me recolho
Me introspecto
O meu sou eu que escolho
Eu não sou um abjeto

Não sou nenhum boneco
Escolhido em vitrine
Muito menos num boteco
Ou então num magazine

Também tenho meus valores
E a eles dou atenção
Se choro minhas dores
É que vem do coração

Não tente se ajeitar
Ou vir sentando de mansinho
Meu coração só tem lugar
Para eu e meu benzinho

Colocando nisso um fim
E botando ordem na casa
Não queira ser capim
Numa horta bem tratada.

 

 

 Não sou eu que falo

 

Alguns não entendem
Tudo aquilo que escrevo
Alguns até mentem
E eu finjo que não vejo

Não sou eu que estou falando
Na verdade é meu coração
As palavras vou botando
Contando desta emoção

O que um coração fala
Só outro vai entender
Um sândalo ele exala
Para o outro perceber

Os escritos são voláteis
Evaporam com o tempo
Eles são as partes frágeis
Que existe no pensamento

Quem eu quero que entenda
Logo, logo vai entender
Ela é parte de uma lenda
Que resolvi escolher.

 

 

Não Choro

Não choro de tristeza
Eu choro de emoção
Pode ser por uma beleza
Ou então por uma canção

Quando o sentimento me toma
Ou vai lá, naquele pontinho
Junto uma lágrima soma
E escorre devagarzinho

Impossível controlar
E também não sei se quero
O melhor é se entregar
E viver o que espero

Vem a tona lembranças
Como se fosse um foguete
Me jogo de vez nesta dança
Nela sou só um joguete

O  meu choro é solitário
Mesmo sendo a dois
Nele eu sou voluntário
Sabendo que volto depois.