quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O que não sou




Já chorei de madrugada,
Por achar que poderia.
Amar a minha amada,
Em meu amor de fantasia.

Acreditei que um dia,
Poderia acontecer.
Este amor de heresia,
Fosse enfim poder viver.

Tive a alma arrancada,
Passei noites de agonia.
Me feriu com sua espada,
Sem saber o que acontecia.

Não mais acredito,
Em amor a toda prova.
Isto não passa de um mito,
Que com o tempo se renova.

Já de pé no chão,
Pisando firme onde passo.
Me acostumei a ouvir um não,
E seguir no meu compasso.

A cura é dolorosa,
E nem sei se curado estou.
Só sigo em verso e prosa,
Falando do que não sou..

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Descansando





Quero descansar.
Atrasar o pensamento.
Deixar me desligar,
Cancelar alguns momentos.

Depois de algum tempo,
Vivendo do que passou.
Vou deitar-me no vento,
Abafar o que ecoou.

Um dia acreditei,
De ter achado a fantasia.
Nela de cabeça embarquei,
Me afoguei na heresia.

Profundas eram as raízes,
E delas me fizeram viver.
Mas depois que saístes,
Comecei de leve a morrer.

Vazio no corpo e alma,
Nada enxergo pela frente.
O corpo agora acalma,
só existe um poente.

O descanso é pedido,
para quem tanto falou.
Deixar de ser menino,
e aceitar o que voou.

Ainda não morreu,
A vontade de escrever.
Ela apenas adormeceu,
Cansada de tanto sofrer.

Assim que acordar,
E voltar em plena forma.
Voltarei a publicar,
As minhas linhas tortas.

Deitar em quimeras,
É por demais cansativo.
Tentar ser o que não eras,
É viver no proibido.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Transformação






Transformar
sentimentos em palavras,
dor em poesia,
Saudade em compasso,
Esperança em magia.
É a sina do poeta.
Mal entendido as vezes,
Compreendido
em algumas poucas,
Criticado em muitas outras.
Esta é a vida de quem escreve.
Pode parecer uma bobagem
Ficar falando de amor, de saudade,
de dor, de  magia e encantamento.
Dedicar ao sol, a lua,
até ao vento, algumas palavras é difícil.
Difícil não é escrever,
difícil é se fazer entender.
Explicar para outros
o que só você está vendo,
Ou sentindo, ou vivendo.
Mas quem escreve
vive este momento,
O seu mundo se transforma em mil.
Vai embora dor,
Fica só o alento.
A vida de quem escreve
É diferente das demais.
Você nem se percebe
E já está escrevendo mais.
É ruim quando esta fonte seca
Parece que o mundo acabou
Nem mais a alma peca
E o corpo não se curou
Transformar....
Poesia em palavras,
Saudade em sentimento.
Amor bandido em balada,
Renascer por um momento.

domingo, 28 de outubro de 2012

Me Amando





No abismo onde o passado dorme
A ressurreição é pretendida.
Que a paz a mim transforme
Que o amor não tenha medida.

As sombras irão embora
O sol voltará a brilhar.
Existe um mundo lá fora
Esperando para desbravar.

O caos e a decadência
Serão fundos enterrados.
A vida que era falência
Nascerá de bons bocados.

Silêncio e frio
Nunca mais existirão.
Será lavado por um rio
Todo claustro e solidão.

Não mais ali passarei
E quase que dali não saio.
Agora eu já sei
Me levantar quando eu caio.

Esteja onde estiver
Morarei no que possuir.
Haja o que houver
Ali irei residir.

Como nunca me amarei
Mesmo que não tenha resposta.
Todas as fichas eu joguei
Neste jogo sem aposta.

sábado, 27 de outubro de 2012

Inútil






Quando mais me vejo no escuro,
Mais a ti eu me deixo.
Procuro ser um ser mais puro
Rogo pragas e me queixo.

Me arrasto em limos cortantes,
No calabouço do que habito.
As farpas são facas cortantes,
Que me ferem, já nem grito.

São anos de solidão
Em um mundo tão deserto.
Só eu me digo não
Em caminhos tão incertos.

Dizem que estou louco,
Perturbado, sem juízo.
Isto seria muito pouco
Comparado ao que vivo.

Não falo com ninguém
Ninguém me entenderia.
O que é ir para o além
Por falta de companhia.

É inútil e profundo
Tentar entender a vida.
Só sendo moribundo
E vivendo a desdita.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Falta





Vens suave voando,
Com asas, como um anjo.
Chegas de leve pousando
Acabando o desarranjo.

O infinito da dor
Por um instante acalma.
Me enches com teu calor
Acalmas a minha alma.

Esqueço o que teve fim
Esqueço o que apavora.
Te deixo perdida em mim
Me deito no mundo afora.

Ando no fundo do mar
Afogado em teus encantos.
Eu encho o peito de ar
E te grito aos quatro cantos.

Não partas de vez de mim
Só por alguns momentos.
Eu sinto falta sim
De te ter em pensamentos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A Noite





A noite abriga,
O meu recado.
Sem briga,
sem pecado.

A noite acolhe,
o grito desesperado.
Do amor que não encolhe
e a vontade de estar ao teu lado.

A noite, amiga,
Em seus braços me recolhe.
Aplacando a um pouco briga
Evitando que o rosto se molhe.

Noite, querida companheira,
Passe no tempo devido.
Não me deixe na derradeira
Fila dos destruídos.

Vem com a imensidão,
Que conduz a serenidade.
Me coloque em tua mão,
Preenche esta louca saudade.

Vem como manto sagrado,
Que aquece o corpo frio.
Me tenha ao teu lado,
Como se fosse um filho.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Sol e a Lua





Do sol não quase falo,
Prefiro mais a lua.
Com o sol eu me calo,
Na lua te vejo nua.

O sol é vaidoso,
A todos quer tocar.
A lua é para poucos,
Só para quem dela gostar.

O sol reina por inteiro,
Aquecendo os quatro cantos.
Já a lua é passageiro,
Deixa e leva seus encantos.

O sol é necessário,
Para o corpo aquecer.
A lua é o contrário,
Ela faz eu não te esquecer.

Com o sol me levanto,
Para a vida poder levar.
Já na lua é meu descanso,
Para contigo sonhar.

Tanto sol como a lua
Cada qual tem seu encanto.
Como a alma minha e tua
Que só vai nos enganando.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

No amor ou na dor.





Não escrevo,
Nem inspiro.
Só desejo,
O que respiro.

Se a emoção comove,
Nada posso fazer.
É ela quem me move,
Até o dia d’eu morrer.

Chorar é um sinal,
Do que viveu o coração.
De que não houve final,
Para tamanha  emoção.

Não distribuo dor,
nem tampouco sofrimento.
Só espalho um pouco do amor,
Que possui meu pensamento.

Me desculpem pelo fato,
De passar alguma emoção.
Seja nas linhas de que falo,
Ou nas voz de uma canção.

Da forma que for,
Viva-as sem preconceito.
No amor ou na dor,
Viva-as no peito.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Vida





A vida é louca,
Quando o amor bate forte.
A vida é pouca,
Quando no amor se tem sorte.

A vida é linda,
Quando se encontra a pessoa certa.
A vida é infinda
Quando esta pessoa te desperta.

A vida é meiga,
Quando há relação no caminho.
A vida é feia,
Quando se fica sozinho.

A vida é mais que bela,
Quando ela ao teu lado se desperta
Sua vida é dela,
Quando você cai em sua esparrela.

A vida é demais,
Quando se acha o paraíso.
A vida é um cais,
Quando se percebe sem juízo.

A vida é firme,
Quando se tem chão para pisar.
A vida é  pedir-me,
Quando só quero me entregar.

A vida é toda,
Toda feita de paixão.
A vida é tola,
Tola de matar o coração.

domingo, 21 de outubro de 2012

Na corda bamba



Não posso mais tua mão pegar,
E nem em meus abraços te envolver.
Não posso mais teu nome chamar,
E nem de longe ficar a te ver.

A chama da esperança apagou,
O vazio tomou todo o ar.
O tempo o vento levou,
Teu beijo se fez secar.

Do céu, as portas fecharam,
o sólido, sem nexo, sobrou.
As promessa não eclodiram,
E mais uma vida se findou.

Andar, na bamba corda,
tendo que o equilíbrio manter.
Não ter a vida torta,
É o se resta fazer.

Quando um pedaço se vai,
Outro não nasce não.
Pelo buraco a vida esvai,
E leva junto o coração.

sábado, 20 de outubro de 2012

Sem perceber





Por mais que se sonhasse.
Por mais que se amasse.
Por mais que se falasse.
Um fim, um dia nasce.

Por menos que coubesse.
Por menos que se soubesse.
Por menos que conviesse.
O final sempre aparece.

Por tudo que se fizesse.
Por tudo que se quisesse.
Por tudo que se dissesse.
O amor, no fim, enfraquece.

Por mais que se entendesse.
Por menos que se queresse.
Por tudo que percebesse.
Toma conta o desinteresse.

E assim se vai saindo,
Tudo aquilo que estava escrito.
Sem perceber, já é findo
E o amor está banido.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Outono Infindo


Por que tanto se sofre,
Por algo que nunca vem.
Este mal que nos entope,
E nos faz seu refém.

Melhor seria se pudesse,
Uma borracha passar.
Apagar o que não escurece,
deixando o resto ficar.

Poderia até rasgar,
Com a força feita no ato.
O peito poderia sangrar,
Mas curaria o descompasso.

Pintaria com outras cores,
Tentando o remendo esconder.
Brotariam novas dores,
Para aquela desaparecer.

As letras tintas de rubro,
Teu nome não escrevem mais.
Com meu sangue cubro,
O nome que me satisfaz.

E este outono infindo,
Um dia irá acabar.
Um novo nome terá vindo,
Para teu nome embotar.

Por trás de toda mancha,
Que tentarei esconder.
Existirá uma eterna criança,
Dentro do peito a viver.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sozinho




Prendi o meu amor em meus braços,
Achando que o teria.
Perdi o meu amor aos pedaços,
De tanta força que eu fazia.

Respirava o teu ar,
Com total sofreguidão.
Queria em ti morar,
E alugar seu coração.

Descrevi em verso e prosa,
Todo o meu encanto.
Era um mundo cor de rosa,
Só eu não enxergava o quanto.

Do desejo fez-se o pavor,
Do amor um grande erro.
O frio domou o calor,
Na vida o desespero.

Amanhece sempre cinza,
Neste mundo de viver.
Na janela espero ainda,
Ver você aparecer.

O tempo vai passando,
E nada muda do lugar.
A pele vai se enrugando,
Os olhos ficam a fechar.

Minha amada partiu de vez,
Para nunca mais voltar.
O laço que se desfez,
Nunca voltará a laçar.

Ninguém ao meu lado quero,
Ocupando seu lugar.
Morrerei só, espero,
Para minha amada encontrar.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Teus Lábios





Se os lábios teus,
Venenos destilassem.
Os colaria aos meus,
Para que enfim eternizasse.

Não resistiria,
Nem por um segundo.
Não hesitaria,
Em morrer como moribundo.

Dos lábios teus,
Brota o mais doce mel.
São como camafeus,
Que me levam ao céu.

Que poderia impedir,
Que após um longo beijo,
Iria eu sentir partir,
No sabor de meu desejo.

Findaria minha existência,
Com meus lábios sorrindo.
Não teria mais esta aparência,
Seria enfim um anjo subindo.

Ou quiçá por desventura,
Iria descer aos infindos.
E mesmo no calor da clausura,
Estaria seus lábios sentindo.

Teus lábios são jóias encontradas,
Que poucos os tem no prazer.
È tua boca nacarada,
Como só Deus poderia fazer.

Teus lábios são meu encanto,
Que não os posso alcançar.
Só não derramo meu pranto,
Pois não os poderia enxergar.

Quem dera um dia pudesse,
De leve neles tocar.
Para que minha boca  soubesse,
O que é o amor encontrar.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Desesperanças






É noite,
A tristeza bandeia suas asas.
Firmes como açoites,
Nas costas de quem só passa.

Gritando num coro surdo,
Corações estão a clamar.
Pedindo pro mundo impuro,
De uma vez se acabar.

Aos olhos da gente,
A esperança se finda.
Meu Deus é comovente,
Como se briga ainda.

Não há cor,
Que as pinte de novo.
Só muito amor,
Que remova o estorvo.

Se foi a alegria,
Levando a alma ao chão.
Seja noite ou seja dia,
É demais a remissão.

É duro viver assim,
Buscando em cada canto.
Uma ilusão para mim,
Que remoçasse o encanto.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Um pedaço





Quisera poder arrancar do peito,
Do coração, um naco.
Arrancar o amor desfeito,
Frio, como o frio aço.

Ele insiste nesta sina,
Em a toa palpitar.
Só de pensar na menina,
Que um dia vi passar.

Se talvez arrancasse,
Do peito este naco.
Talvez tudo  mudasse,
E só ficaria um buraco.

Mesmo que a lembrança insistisse,
Constantemente em se manifestar.
Sem o pedaço o coração desistisse,
Em todo tempo nela pensar.

É como ar que respiro,
Como chão que me sustenta.
Me suga como um vampiro,
Este pensamento que só aumenta.

Querendo te perder,
Só me fiz encontrar.
Impossível te esquecer
Ou deixar de te amar.

Não fique espantada,
Se por sua janela eu entrar.
Em plena noite enluarada,
E o teu rosto beijar.

Como brisa suave que te toca,
Acariciarei teu rosto.
Não esperarei nenhuma resposta,
Só levarei nos dedos teu gosto.

Terei uma leve certeza,
Que em ti serei lembrança.
Como és em mim leveza,
Dessas que o destino trança.

domingo, 14 de outubro de 2012

Sozinho




Prendi o meu amor em meus braços,
Achando que asim o teria.
Perdi o meu amor aos pedaços,
De tanta força que eu fazia.

Respirava o teu ar,
Com total sofreguidão.
Queria em ti morar,
E alugar seu coração.

Descrevi em verso e prosa,
Todo o meu encanto.
Era um mundo cor de rosa,
Só eu não enxergava o quanto.

Do desejo fez-se o pavor,
Do amor um grande erro.
O frio domou o calor,
Na vida brotou desespero.

Amanhece sempre cinza,
Neste mundo de viver.
Na janela espero ainda,
Ver você aparecer.

O tempo vai passando,
E nada muda do lugar.
A pele vai se enrugando,
Os olhos ficam a fechar.

Minha amada partiu de vez,
Para nunca mais voltar.
O laço que se desfez,
Nunca voltará a laçar.

Ninguém ao meu lado quero,
Ocupando seu lugar.
Morrerei só, espero,
Para minha amada encontrar.

sábado, 13 de outubro de 2012

Livremente Acorrentado




Quero,
Mas não posso.
Rezo,
Mas não troço.

Falo,
como quem parte.
Calo,
Pois já é tarde.

Olho,
O pressuposto.
Molho,
Todo meu rosto.

Ando,
pisando em falso.
Canto,
no cadafalso.

Vivo,
por enquanto.
Minto,
vez em quando.

Erro,
Por todo tempo.
Berro,
Em pensamento.

Sonho,
A fantasia.
Ponho,
A nostalgia.

Amo,
sem preocupação.
Chamo,
minha eterna  paixão.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Razão





Já não sei mais o que fazer,
Para tentar a todo momento.
Esconder meu pensamento,
E a vontade de te ver.

Disfarçar não adianta mais,
Na pele ele aflora.
Tento coloca-lo para trás,
E ele retorna a toda hora.

Desisti de apagar,
O que foi para sempre marcado.
É como com o mar brigar,
Você sempre será derrotado.

Fique então aqui sabendo,
Que a todo momento.
Fico a você vendo,
Viva em meu pensamento.

Mesmo de forma inalcançável,
Ainda a ti persigo.
É uma paixão inabalável,
é como gostar de ser ferido.

Então minha amiga querida,
Fica aqui declarado.
Se existe uma razão na vida,
É sempre estar ao seu lado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Azul e Cinza




Minha alma foi deixada,
Em uma terra de magia.
Com montanhas enluaradas,
E uma mulher de fantasia.

Hoje o corpo vaga só,
A noite pelas ruas.
Quem o olha com dó,
Não sabe de sua penúria.

Já houve tempo de prazer,
Onde só vivia o amor.
Depois dele se esconder,
Passou a morar a dor.

Não há mais canto,
Só um pouco de felicidade.
A noite vence o pranto,
De dia vence a saudade.

E a mulher continua,
A espalhar seus encantos.
Por onde anda , pela rua,
Ou em qualquer outro canto.

Ambos ainda seguem,
Passeando pelas ruas.
As almas só os perseguem,
Tão vazias quanto a suas.

Ela com seu azul no vestido,
Segue no caminhar que seduz.
Eu, de cinza vestido,
Busco cegamente por uma luz.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Ó Pai




Ó Pai,

Em Tua mão me coloco,
Faz de mim teu instrumento,
Dá-me um pouco de colo.
Refaz Pai o sentimento

Dá-me na noite alento,
E o descanso desejado.
Aplaca um pouco o tormento,
Faz-me por Ti  iluminado.

Conserta os erros meus,
Perdoa Pai a ingratidão.
Me queira junto aos teus,
Alegra o meu coração.

Pai amado e verdadeiro,
Guia meu caminhar.
Transforma-me em Teu cordeiro,
Me vem apascentar.

Conduz meus olhos,
Para o que de belo existe.
Banha-me com Teus óleos,
Aos pecados que em mim resiste.

Cura, Senhor, os malefícios,
Que a carne o possui.
Mostra-me os sacrifícios,
Seca o pranto que flui.

Pai, aplaca Senhor,
O que ainda reside.
Seja ódio ou seja dor,
Ou algum outro mal que resiste.

Que o corpo carnal,
Seja só mais um momento.
Que tudo seja banal,
Menos o meu sentimento.

E na eterna vida,
Possa eu Te encontrar.
Curado de todas as feridas,
Possa meus joelhos dobrar.

E com a face sorrindo,
Possa  Te agradecer.
Do novo mundo vindo,
E do prazer em Te conhecer.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Noite de luar




Arrastando minhas culpas,
Vou levando meu caminho.
Já não há mais desculpas,
Para se viver sozinho.

Pode não ser o paraíso,
Que tanto foi sonhado.
Também, não é o infinito
De um mundo acabado.

O vagar do pensamento noturno,
Buscando por uma pousada.
Achou repouso seguro,
Um lugar de uma parada.

O amor não percebeu,
O quanto foi longe.
Quando no tempo se perdeu,
Viu que não havia horizonte.

Deixei aberta a janela,
Para em uma noite de luar.
Esta lua que é tão bela,
Ficasse em teu lugar.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Mudanças




Não quero ser domador,
Do que passa pelos meus dedos.
Só quero disfarçar a dor
E esconder alguns dos medos.

Abafar, quem sabe um pouco,
Este grito tão aflito.
Que deixa o peito rouco,
E o corpo dolorido.

Viajar em lembranças,
Que tanto me fazem bem.
Correr feito criança,
E dar adeus pr’um trem.

Talvez, um pouco leve,
Ser tocado pelo vento.
Passeando onde se deve
Tornando o momento lento.

Pensamentos tolos,
Idéias endoidecidas.
Mudam a parte de um todo,
Mas não mudam o sentido na vida.

domingo, 7 de outubro de 2012

Não escrevo




Não escrevo, descrevo,
o que me dá tanto medo.
Revejo o enlevo,
Suas curvas, seus relevos.

O que escrevo,
poderia ser um erro.
Uma causa de apelo,
Razão de desassossego.

Seguro no meu feudo,
Faço vozes no dueto.
Sou rei,  ou  sou pseudo,
No meu reino de versetos.

Pintando vou de preto,
A parede deste gueto.
Vou pensando que é soneto,
O errado ou acerto.

Logo cedo escureço,
Na mão levo o terço.
A cabeça vai no cepo,
Coração não tem conserto.

Nem a mim já convenço,
Argumentos eu dispenso.
Sentimento é suspenso,
Vou vivendo o que penso.

sábado, 6 de outubro de 2012

Sombra




A você,
que chicoteia,
que afaga,
sacaneia
e me abraça.
Que me tonteia
e faz graça,
eu dedico
este poema.
Como homenagem
pequena a tudo
que você me diz,
e de como sou
um cara feliz.
Feliz em saber
que a raiva exposta,
não era uma resposta
ao que pensavas dizer.
Era só um desabafo,
um parte de um mal passo,
para dar um passo maior.
Feliz em saber que a raiva contida,
era só uma ferida,
que de leve aconteceu.
Nada de mais profundo
foi feito,
por intenção ou despeito,
que faltasse ao bem maior.

A amizade,
distante,
sobrevive,
de relance,
sem querer aparecer.
Continue escondida,
como sombra,
perseguida,
acompanhando os passos meus.
Ao seu lado vou ficar,
de soslaio a te olhar.
Vou de longe acompanhar
com meus passo no vagar.
Como sombra ao teu lado,
sem nunca aparecer.
Segue contente o teu amado
sem nunca aparecer,
e o teu o amado,
antes tão idolatrado,.
não consegue te esquecer.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Beijo




Beijo a dor,
por uma tarde inteira,
sem sinal de amor,
só por brincadeira.

Beijo a flor,
por uma noite imensa.
mesmo que não tenha odor,
que possa me dar como recompensa.

Beijo o vento,
Agarrando–o como louco.
Perdido em pensamento,
Escutando como mouco.

Beijo a tarde,
sem nada mais esperar.
A saudade derradeira arde,
até que o que sobra queimar.

Beijo a noite,
Como quem beija a morte,
Esperando pelo açoite,
Desejando qualquer sorte.

Beijo o amor,
Talvez até a  eternidade,
Com o que me resta de ardor,
Com o que me resta de saudade.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mil Mortes





Mil mortes foram tangidas,
Na história de um alguém.
Foram tantas enormes feridas,
Que não existe mais ninguém.

Sumiu um enorme mundo,
Foi-se de tanto sofreguidão.
Um abismo de tão fundo
Engoliu meu coração.

E os sentimentos meus,
Que estavam ali, contidos.
Foram tomados por Zeus,
Deixando um mundo perdido.

Tudo agora é vazio,
Como uma eterna cegueira.
Ando como quem anda no fio,
No alto de cordilheira.

Sem pensar em nada,
Só se deixando levar.
Como boiando sobre água,
Levado onde ela me levar.

Mil mortes levo nas costas,
Além de todo sofrimento.
O desprezo de quem se gosta,
É o pior dos sentimentos.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Agonia





Se foram meus sorrisos,
Assim como as esperanças.
Nas sombras não me arrisco,
Tenho medo feito criança.

Os sonhos no chão jazem,
Como jaz meu único corpo.
As letras já não mais  fazem,
A alegria deste morto.

Um carinho inventado,
É sentido em todo corpo.
Parece um braço quebrado,
Levantando um peso, torto.

Lembranças na mente perdidas,
Sustentam o maldito ser.
Lambendo as próprias feridas,
Como nunca deveria ser.

A voz em silencio grita,
Buscando alguém encontrar.
Agonia em forma restrita,
Onde não deveria morar.

Contorço o corpo sofrido,
Pegando o que no ar  existe.
Um sonho outrora parido,
Foi o que me deixou tão triste

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Solidão



Quando o coração se cala,
Vai calando a emoção.
A solidão se instala,
E só vai sobrando o não.

O não dito calado,
No interior do peito amigo.
O não deixa mudado,
O sentimento no peito havido.

O não vindo no tempo,
Muda muito ao seu redor.
Até mesmo o frescor do vento,
Muda para muito pior.

A meu ver a solidão,
Nada mais é do que o coração
de tudo abrindo mão,
E para a vida dizendo não.

Solidão que mata.
Solidão que destrói.
Solidão que maltrata.
Solidão que corrói.

Solidão deveria morrer,
E nunca mais existir.
Solidão é fazer você,
Morrer sem ao menos sentir.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Poema ou Poesia




Um poema é o que se escreve,
A poesia é o que se sente.
Um poema não envelhece,
E a poesia nunca mente.

Um poema pode ser pequeno,
Ou conter a imensidão.
A poesia pode ser plena,
Ou mexer com a emoção.

Um poema é um chiste,
Uma brincadeira, apraze.
A poesia não é triste,
Ele só reflete a sua fase.

Um poema  é revelador,
Em sua quase totalidade.
A poesia é devastador,
Nos sacode com maldade.

Um poema é suave,
Já a poesia não.
Um poema fala a verdade
A poesia fala ao coração.

Um poema pode ter rimas,
Nas suas estrofes e versos.
A poesia é mais fina,
Mostra o que está submerso.

Poema ou poesia,
Qualquer um pode ter.
Basta deixar a fantasia
Falar de vez com você.