quarta-feira, 28 de outubro de 2020

  Abismo

 

Meus sonhos não envelhecem
No máximo dobram a esquina
Eles nunca adoecem
Parecem uma menina

São alegres e felizes
Só trazem o muito bem
Vem carregados de matizes
Me encantam como ninguém

Meu sonho tem um nome
E também uma imagem
Que da mente não some
E nem entra em estiagem

São o que me prendem
A um lado do passado
São eles que dividem
Coração e mente separados

Estes sonhos não pertencem
Só a mim por egoísmo
Eles não envelhecem
E me jogam neste abismo.

 

 

Delírios

No maior dos meus delírios
No mais louco devaneio
Resolvi compor idílio
Me levar no meu passeio

Inventei uma paixão
Que tamanho já não tinha
Eu peguei em sua mão
E a fiz minha rainha

Fomos para um castelo
De sonhos e fantasias
Era um tempo todo belo
O ruim não existia

E em meio a ilusão
Nosso mundo se mudou
Nós não tínhamos mais visão
De um tempo que passou

Como é bom no céu morar
Se sentir o próprio anjo
Com a alma a flutuar
Neste sonho que arranjo.



Em mil anos

Nem em mil anos
Eu encontrarei
Um amor com tantos planos
Como os que eu inventei

Era feito de loucuras
Sempre a dois divididas
Eram tantas as ternuras
Que não tinha uma partida

Erámos só nós
A brigar com o tempo
Não queríamos mais a voz
Que só fala em lamento

Eram tantas cicatrizes
Que trazíamos escondidas
Que viraram até raizes
Em nosso modo de vida

Um dia nosso amor se fez
E só queríamos sumir
Acabar de vez
Com a vontade de partir

Foram tantos sonhos loucos
Tanta coisa camuflada
Que não era nem um pouco
O caminho nesta estrada

A queda foi grande
Quando as asas foram cortadas
Não podia seguir adiante
Esta vida desejada

Queria poder viver
Mil anos novamente
Para poder te ter
Não só aqui na minha mente.




 

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