Tateando
Dos destroços me levanto
Como alma apenada
A sofrer por mais um tanto
Na saudade assassinada
Que se fez em um instante
Num lampejo de memória
Que não pode seguir adiante
Por vencer sem a vitória
No meio de tantas outras
Esta foi a dor escolhida
Com farrapos como roupas
Numa festa de partida
Na solidão de uma lua
Vou recolhendo entristecer
Que foram deixados na rua
Para alguém os escolher
Eu que escolho e carrego
Para o mundo abandonado
Tateando como cego
Sem ver ninguém ao lado.
07/08/20
Insipidos
Não escrevo mais poemas
Pois não levam poesia
Só descrevo uma cena
De um mundo de fantasia
Eles são infantis
E não querem crescer
Tem uma forma sutil
Na sua maneira de ser
São rimas bobas
Sem nenhuma profundidade
Só falam da coisa toda
Da emoção de uma saudade
Me deixe ficar assim
Com minha infância da mente
Pois não é tão ruim
Ver o mundo diferente
Vou ali escrever
Mais alguma coisa sem sentido
Afinal só eu que vou ler
Aquilo que se passa comigo.
08/08/20
Eu leio também. Bom dia criança!
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