Culpa

 

Na madrugada me acompanho
No silêncio do vazio
No deserto eu me ponho
E aos poucos me esfrio

As ruas estão desertas
Todo mundo tem seu canto
No calor de suas cobertas
E aos sons de acalanto

Só ouço meus passos
Inseguros, oscilantes
O calor de um abraço
Pode estar ali, adiante

Meus olhos embaçados
Com o sereno que o cria
Procuram em um passado
Uma luz que é quem me guia

A noite não tem estrelas
Muito menos um luar
Só nuvens a escondê-las
Até quando me culpar?

25/09/20