sábado, 11 de dezembro de 2021

 

 

Armário

 

 

Fecho os olhos e vejo

O que está aqui dentro

Tem forma de desejo

E é leve como vento

 

Simplesmente ele existe

E fica bem escondido

Meu corpo já não resiste

Aquilo que não foi ido

 

Cada vez que eu me vejo

Neste mundo solitário

Logo, logo vem um medo

De voltar a ser armário

 

Que guarda o que não é seu

E o que guarda, fica escondido

Algo que só acolheu

Mas a ele lhe dá abrigo

 

Mesmo assim o olho se  fecha

Em uma esperança infinita

De viver o que lhe resta

Com a alma mais florida.

 

 

 

28/03/21

 

7 comentários:

  1. Acho que não gosto de ler suas poesias antigas porque fica a impressão que você já morreu e deixou memórias.
    Não gosto de pensar nisso.
    O que você anda escrevendo hoje?
    Tenha um ótimo final de semana , de preferência sem solidão e recheado de alegrias.

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    Respostas
    1. A última que foi escrita.



      Último poema

      Já não posso mais a ver
      Nem ao menos lhe falar
      Me restava escrever
      O que vinha no pensar

      As palavras vinham leves
      Como vinham antigamente
      Irão viver agora no breve
      Ou então solitariamente

      O que vivia nas estrelas
      E num brilho de luar
      Não posso mais as tê-las
      Sob o risco de chorar

      O papel será guardado
      A caneta o acompanha
      A gaveta com cadeado
      Será morada de aranha

      Irei morrendo aos poucos
      A cada dia um novo fim
      É triste ver um amor  tão louco
      Terminar deste jeito, assim.

      09/12/21

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  2. Te amo... Não sei exatamente a intensidade disso, mas tenho vontade de te dizer.

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  3. Saudades de alguém que foi, sem nunca ter ido.
    Garde de voiture

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  4. "Ontem não volta e o amanhã não espera"

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