segunda-feira, 5 de julho de 2021

 

 Foi

O corpo foi,
a alma ficou.
Presa ao tempo.
Vivendo do passado,
Que não passa.
Num casulo de memórias.
Como uma lagarta,
Esperando a transformação,
Que não vem,
Que não vai,
Que só prende,
E não sai.
Romper as amarras,
É o que é preciso.
Derrubar esta casa,
Construir outro abrigo.
Procurar novo solo,
Para se refazer,
Assim me consolo,
Sem o meu bem querer.
Juntar ao meu corpo,
O que resta de alma.
Quebrar o relógio,
Voltar a viver.
É fácil falar,
Quando não tem sentimento,
É só apagar,
O que foi de momento.
Memórias fixadas,
Com a cola do amor,
São difíceis de arrancar.
Sempre fica
O nome,
O gosto,
o cheiro.

17/12/20

 


 

 

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