Meu amor, não sei mais o que
fazer.
Não posso ficar contigo e não sei
ficar sem você.
E nesta indecisão sem fim não
consigo viver nem um lado e nem o outro.
Gostaria de ter o poder de te
trazer ao meu lado, mas sabemos que não é possível.
A natureza não me deu este poder,
acho que é por inveja de me ver tão feliz.
Passei momentos que nunca irei
esquecer, visitei lugares que jamais pensei em ir, fiz coisa que nem em um leve
pensar solto me passariam pela cabeça.
Então ao invés de chorar, ao
invés de reclamar, eu agradeço.
Agradeço a você por ter me
mostrado um mundo diferente daquele que sempre enxerguei, um mundo em que
possibilidades não são impossíveis, um mundo em que em um minuto, em que eu, sentado no
sofá, com você deitada em minha perna e eu acariciando sua cabeça, esperando a hora de
partir, era momento terno, eterno, eterno momento de fantasia, era um eterno prazer, que deveria
sempre ser assim, eterno prazer.
O sofá ainda deve estar lá, as
pétalas de rosas ainda estão espalhadas para que você nelas se deite, junto com as velas iluminando o chão da nossa sala. Nossos jantares ou cafés da manhã ainda devem
ter o sabor e o aroma de sempre. A cortina branca ainda deve flutuar, solta no
vento, como um aceno, breve, não como um adeus, mas como um até logo, de quem
parte para logo voltar.
Eu acho, cada vez mais, que
somente meu corpo voltou, minha alma ainda está lá, esperando nossa volta, como
se este afastamento fosse somente um breve passeio no final da tarde ou uma ida
ali na esquina com volta rápida.
Nunca mais, dizem que não se deve
dizer nunca mais, mas eu digo, nunca mais viverei o que vivi e ainda vivo, aqui
dentro, guardado para toda uma vida, com todo carinho que eu possa dedicar a
este meu amor.
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